desenho by luluka |
Ela estava a alguns centímetros da janela, sentada em sua
poltrona favorita, cabeça baixa, semblante desapontado, braços caindo quase
tocando o chão.
Chão que refletia sua tristeza de tão límpido que estava, e
apesar de estar próxima à janela tudo que ela conseguia ver era seu reflexo
inquietante, ouvia o piano lhe dizer que tudo aquilo era triste, sombrio,
cinzento e solitário, incomodava tanto quanto uma agulha que costura a visão
dos loucos, e dos sonsos hilários que só sabem fazer rir do sofrimento,
incomodava tanto quanto sua alma que neste momento era muda e vazia como aquela
janela, onde as cortinas tentavam esconder o outro lado da vista, dos olhos de
quem dorme e sonha em acordar um dia com os dentes a mostra não de raiva ou
dor, mas de felicidade.
4 comentários:
Que lindo , eu amei... parabéns
Queria tambem poder, mas ainda não consigo..
A poesia apenas toma forma, ela sempre existiu na natureza das coisas já criadas... Francis Perot
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