quarta-feira, 31 de março de 2010

Memórias de um crime.

Alguém poderia, por favor, acender a luz?
Ou poderia me ajudar a tirar a venda dos meus olhos para que eu possa enxergar aonde ir? Qual o caminho que devo seguir?
Alguém pode me ajudar?

Estou perdida, perdi a bússola, o mapa, e o meu guia fugiu, não sei pra onde ele foi e não sei onde estou.
Não possuo senso de direção e meu sexto sentido com o meu guia partiu; pensei em gritar, chamar alguém, mas o eco do vento me diz que a noite caiu.
Perdida, sozinha, e desnorteada, olho em volta e não vejo nada.
O solo é de um relevo sofrido, a floresta magoada se encolhe e esconde a luz que tanto preciso
As plantas baixas se agarram às árvores para subir na tentativa de um pedaço de luz conseguir;

Um passo a frente, no escuro, tropeço no que parece ser uma pedra,
Torço meu pé e caio no que parece ser um sinistro berço.
Tateio o chão a procura da pedra e nela percebo que há algo escrito,
Contorno as letras cravadas e vejo que há algo familiar na fria placa de granito.

Como um impulso, recuo, para analisar o grande berço a me embalar,
De repente minha visão se adapta ao escuro e em volta começo a enxergar,
Noto que não estou em um berço, mas em uma cova feita para a mim guardar
E a grande pedra na qual tropecei mostra-me o caminho que agora seguirei.

Nela há o meu nome gravado, meu destino fadado
Sinto algo úmido escorrer em meu peito e atravessar meu vestido,
O cheiro é nauseante, faz meu estômago revirar
Perco em pouco tempo todo o sangue em meu coração contido.

Meu guia não fugiu e sim me esfaqueou
E com ele o meu coração levou,
De tanto procurar, finalmente um fio de luz consegui encontrar
A luz aumentou e voltei a nada enxergar

Quando meus olhos se acostumaram, ao invés de terra paredes verdes encontraram;
Pulei da cova que me envolvia, me apoiando na lápide que para mim sorria
Sentia-me cada vez mais fraca, vendo que agora além do sangue o ar também me faltava
Asfixiei por cinco longos minutos que mais pareceram horas,
Uma nuvem de ar puro devolveu-me o ar, me fazendo despertar.

Agora a você, tudo vou explicar...
Na real bem na real, essa parada é uma viagem,
Eu tava dormindo e foi tudo uma avacalhação,
A cova era minha cama, e a lápide o cansaço que nela nos derrubou
E que fez você acreditar que algum final iria ter.
Mas o sono tomou conta de nós duas, e nos impediu de continuar
Assim resolvemos, essa palhaçada terminar
Foi foda de fazer, toda essa porra rimar,
Então se não gostou vá se ferrar.

(O foda mesmo é que lutamos para não rimar tudo com “ar”, “er” e “ir”, por que diabos é tão difícil não deixar a peteca cair?)

Vsf.pqp.fdp.pnc.com.br/segostouentreemcontatosenãogostoutambém,contatonãofazmalaningém.shit

TEXTO ESCRITO POR: Tainá Dietrich e Camila Ambrosini em 29.03.10

terça-feira, 16 de março de 2010

sintomar,

Sinto-me num barco em alto mar, sem remos nem velas
Porém há vento, e forte
Mas ele sopra de todos os lados
Deixando-me sem rumo

Noite ou dia, só vejo a linha do horizonte
Para qualquer lado que olhe
Não há nada lá
Não há nada perto
Nem nada que possa alcançar

O barco é frágil
E fica cada vez mais frágil com as ventanias
Qualquer tentativa de movimento é em vão
O mar revolto não permite que eu siga uma direção
Ele me balança até ficar enjoada
Sacode o barco com força e não me permite se quer dormir

Às vezes penso em me jogar ao mar
E finalmente seguir alguma direção
Tentar de alguma forma chegar a algum lugar
Mesmo que chegue ao limite da exaustão

Deixar que o mar me leve...
Entregar-me as águas
Parar de lutar
Nem que isso me custe parar de respirar

Quero que a inconsciência me encontre
Que minha sanidade me abandone
Que minha esperança morra
Que meus sonhos desapareçam
Que meu coração pare

Que a razão me domine
Que me impeça de agir com emoção
Que meu choro cesse
Que meu corpo pare de doer
Que algo em mim pare de gritar
Que eu consiga andar

Seguir a frente
Mas que antes disso eu saiba que caminho escolher
Que eu tenha opções de escolha
Que eu pare de esperar
Principalmente que eu pare de esperar
Que eu tenha paciência
Pra poder matar cada dia um pouquinho minha esperança teimosa
Que eu tenha forças
Pra me recuperar cada dia dessas feridas

Para que finalmente meu ritmo de vida pare de soluçar.